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Merry Christmas!

Não sabemos quanto a vocês mas nós adoramos o Natal. Desde que nos conhecemos que o Filipe passa com a minha família e eu só tenho a agradecer à família dele por deixarem que o meu Natal seja o que era há, exatamente, 30 anos atrás… Desde o cheiro a bolachas de gengibre aos sonhos batidos num alguidar pela minha avó paterna que agora limita-se aos bastidores. “Mais força nos braços” ou “Mais água morna” continuam a mostrar quem manda na receita…

Na consoada partilhamos gritos que se tentam sobressair nas conversas alheias. Enquanto um conta a piada de todos os anos, outros procuram pelos ovos e pelas couves. É uma agitação e nunca me lembro de ter um jantar tranquilo sem ter um copo de vinho derramado ou alguém que deseja que a ceia seja diferente porque o bacalhau não lhe convém. Lá por casa a receita do bacalhau já foi restrita: era cozido com tudo o que o acompanhava. Hoje em dia os miúdos que, até há uns anos atrás não tinham poder de voto, já conseguiram que o bacalhau com natas fosse mais uma versão da típica ceia de Natal.

A minha mãe prepara o Natal com meses de antecedência. Todos os anos ganho alergia à sacana da árvore que dormiu durante 12 meses debaixo da cama. Passamos no Alentejo, sem rede móvel e é a única altura do ano que me esqueço das redes sociais. A lareira aquece-nos os pés e até já derreteu pantufas aos mais distraídos. Conversamos acerca da tia que se esqueceu de comprar a prenda para o amigo oculto e relembramos o avô Zé com o mesmo entusiasmo que ele tinha quando atirava as meias novas, ainda embrulhadas, para dentro do armário. Cantamos tantas vezes as músicas de Natal que, no fim, ficam guardadas mais um ano de tão enjoados que ficamos delas. Esperamos pela meia-noite e a minha mãe é sempre a última a distribuir os presentes para ver as reações de quem os recebe. Nunca levamos pijama porque já sabemos que faz parte de uma das prendas que a minha mãe nos oferece.

Estas são as apenas algumas das minhas memórias, cheias de carinho, de amor e de tudo o que cá dentro de mim consigo fazer caber. É talvez a melhor tradição que temos na nossa família e aquela de que não abro mão. São 3 dias intensos de conversas bonitas e de amor verdadeiro…

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One thought on “Merry Christmas!

  1. Que bonito! Quando for grande quero gostar assim do Natal. Já me vai faltando tempo para construir 30 anos de boas memórias mas Não faz mal. Sei que a beleza da vida é esta: um DIA, QUANDO finalmente vier o dia de gostar do Natal, o que mais vou sentir é saudades De cada um dos meus natais imperfeitos. Um beijo!

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